Nike | Fotografia: Unsplash
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Ou a Nike baixa as cuecas ou tem de se fazer à pista

Bastavam apenas uns centímetros para a Nike ganhar a medalha de ouro. Mas com estas cuecas, fica certamente longe do pódio.

A gigante do mundo do desporto acaba de lançar uniformes para a equipa de atletismo dos Estados Unidos, mas a reação que recebeu não foi bem de um sprint para a linha de chegada.

 

Os atletas masculinos não são aqui preocupação, começam a corrida bem posicionados, uma vez que têm a oportunidade de usar uniformes aparentemente práticos e funcionais. Por outro lado, as atletas femininas ficam em desvantagem, já que o body tem um corte tão cavado que até Julia Fox ficaria corada. Mas será que a Nike acredita que está a dar vantagem às mulheres... menos tecido, mais velocidade?

A polémica explodiu nas redes sociais, com comentários a voar mais rápido do que Usain Bolt numa reta final. E até que entendemos. Enquanto os homens correm à vontade e em pleno conforto, as mulheres são presenteadas com uma peça de roupa que parece saída de um qualquer episódio da Baywatch. Sexy, certamente para alguns. Prático, longe disso.

Até mesmo atletas de renome, como Lauren Fleshman, contribuiram para uma opinião massivamente aplaudida, chamando à atenção para formulação "patriarcal" aqui existente.

"Este é um traje nascido de forças patriarcais que já não são bem-vindas ou necessárias para que se olhe para o desporto feminino. Sou queer e sinto-me atraída por corpos femininos, mas não espero nem gosto de ver atletas femininas ou masculinos colocados numa posição de lutar contra a auto-consciência no seu local de trabalho", escreve a atleta.

A Nike reagiu à polémica e garantiu que havia uma variedade de opções disponíveis para as atletas, perto de 50 modelos, mais precisamente. Uma justificação que talvez não tenha sido bem considerada numa reunião entre os donos daquilo tudo, já que a resposta parece qualquer coisa resultante de um impulso tipo "mas se não gostas desse, usa o outro". Ora, não sei se todas as mulheres se sentem compreendidas por terem 49 opções, enquanto os homens vestem um par de calções e estão prontos para a corrida.

Mas para as insatisfeitas com as 49 opções, a Nike resolve a questão de outra forma e promete serviços de alfaiataria personalizados para os Jogos Olímpicos. Portanto, enquanto os atletas masculinos continuam, desde o primeiro parágrafo deste texto, a correr nos uniformes funcionais e à medida, as atletas femininas devem agora realizar uma pausa na rotina de treino para uma sessão de costura. Afinal, até parece mal uma mulher não dar valor ao ponto-cruz pela sua condição de ser mulher.

A Nike não parece correr em direção à igualdade de género, tanto quanto dá voltas na pista sem sair do lugar. É que se a corrida for pela igualdade, não devíamos todos estar na mesma linha de partida?

De volta aos equipamentos, ou a Nike deixa a costura para quem a entende, ou tem mesmo de baixar as cuecas... até o tamanho ser idêntico aos calções dos meninos. Fica a sugestão.

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