Encontramos facilmente muitos e bons motivos para um regresso ao Douro. Se é que precisamos de algum, quando a paisagem património mundial da Unesco, justifica todos. É o Douro, e sendo-o, basta. E a nós basta o pretexto de conhecer o Six Senses Douro Valley, o hotel instalado na Quinta Vale de Abraão, um lugar com história (ficam tantas por contar…) e que tem também lugar na cultura portuguesa, quando Agustina Bessa Luís publica o romance “Vale Abraão” e Manoel de Oliveira o leva para o cinema. O check-in é feito na casa senhorial do século XIX, renovada com um projeto de interiores contemporâneos que refletem as tradições e heranças da mais antiga região vinícola demarcada do mundo e os valores do Grupo Six Senses. No alto de uma colina com vista para as vinhas em socalcos esculpidos até ao Rio, tira-nos o sono pensar no blackout, em fechar os olhos e dormir. Mas é precisamente para dormir, que estamos no Douro.
Sleep with Six Senses é um dos programas de wellness do spa do hotel. Criado para os hóspedes alcançarem a melhor qualidade de sono possível, um dos fatores mais importantes para a saúde muitas vezes afetado pelo ritmo e estilo de vida da sociedade atual, não sendo, por isso, de estranhar o crescente interesse e procura no mercado global por tudo o que prometa um sono reparador. Um hotel é muito mais do que uma cama confortável, bem sabemos, mas nestas duas noites só pensamos que à nossa espera no quarto está uma king e um colchão feito à mão em Devon, Inglaterra, com materiais naturais como a lã orgânica, proveniente de ovelhas locais.
O programa Sleep existe na versão 3, 5 ou 7 dias. Foi pensado para quem tem dificuldade em adormecer ou dormir a noite toda, quando sentimos falta de energia ou se procura melhorar a rotina de sono. Infelizmente, fazemos check em todos os campos. Num ambiente de luxo despretensioso, como é assinatura do Grupo Six Senses no mundo, não fazemos cerimónia (essa expressão antiga que apetece usar nesta casa senhorial), e recebemos com toda a nossa hospitalidade, o luxo de (re)aprender a dormir.
Antes que te dê o sono, passamos já ao protocolo definido caso a caso. E no nosso caso, começa com um rastreio de bem-estar que lê diferentes biomarcadores e o estilo de vida (há fios colados à testa, pés e mãos assentes noutros aparelhos clínicos), avalia-se o tipo de dieta, atividade física, marcadores emocionais, sistema nervoso autónomo e o parassimpático, função vascular, pressão arterial, entre outros indicadores.
E…até dormimos logo melhor. Apesar de todas as queixas, e com aspetos identificados a melhorar, os resultados chegam com um surpreendente 89% no Index de Bem-Estar. O mesmo Especialista do Sono surpreende-nos com um pedido e um “anel” para usar à noite, fica acordado enquanto nós dormimos, recolhendo informação como o número de horas de sono profundo, ou quantas vezes nos mexemos na cama. Se já tínhamos assumido o compromisso de ter uma vida com mais saúde, o “anel” no dedo foi o “I Do” que faltava nesta nova relação, entre nós e o sono, que queremos para todo o sempre.
O Six Senses Douro Valley é o que se chama um destino, no próprio destino. Onde se chega, mas onde nunca chega a vontade de se sair. Há experiências à medida das motivações de cada hóspede, as nossas alinhadas com o desafio que nos traz aqui. O dia começa com um pequeno-almoço saudável antes da consulta marcada; o almoço e o jantar servidos no ambiente informal dos restaurantes, onde o Chef criou menus com o conceito Eat With Six Senses, outro pilar da filosofia de bem-estar integrada do grupo, focado em produtos locais, sazonais e produção sustentável; uma massagem de relaxamento no spa com uma janela rasgada para o vale do Rio Douro; e o workshop no Alchemy Bar, onde numa enorme mesa de madeira se aprende a criar produtos de beleza caseiros à base de ingredientes naturais e 100% orgânicos da horta biológica do hotel. Enquanto se descobre o poder curativo das plantas, vamos juntando ao sal marinho fino, frutos, óleos essenciais a gosto, e dá-se uma espécie de alquimia, acabámos de criamos o nosso próprio (e primeiro) exfoliante de corpo.
(Entre)tanto, mais duas consultas com um Especialista do Sono para análise das informações fornecidas pelo “anel” com que dormimos. Saímos a conhecer os nossos ciclos de sono, os diferentes cronotipos, regressamos a casa com conselhos, sugestão de suplementos e até de literatura para dormir melhor.
No Douro, acordámos também para o “animal noturno” que desconhecíamos ser. Sabias que um teste dos cronotipos de sono, que o psicólogo clínico Michael Breus no livro “O poder do quando” identifica (baseado no comportamento de quatro animais: golfinho, leão, lobo e urso), te ajuda a adaptar as rotinas ao ciclo circadiano? Descobrir o melhor timing para tudo - comer, amar e dormir, o horário em que o nosso corpo está naturalmente programado para adormecer ou acordar, pode mudar o teu dia, e já agora, que traga mudanças às noites.
O nosso despertador toca sempre pelo menos duas vezes. E, afinal, não somos preguiçosos logo pela manhã, somos sim um Urso (o cronotipo mais comum e encontrado em cerca de 55% da população), e o pico de energia e a produtividade só chegam lá para as 10h.
À procura de noites melhores? Começa aqui com o teste ao teu “animal noturno” e vê a Galeria de Imagens.