Joana Shenker
Nécessaire

Joana Schenker: a mudança de alimentação, a rotina de beleza e os guilty pleasures

Da alimentação à preocupação com a saúde e com a imagem, Joana Schenker fala-nos do estilo de vida daquela que é uma das maiores atletas portuguesas e campeã mundial de bodyboard.

Joana Schenker nasceu e cresceu na zona de Sagres, junto à praia, e foi um caminho natural para que aos 13 anos começasse a praticar bodyboard e a competir, pela primeira vez, aos 14. A paixão pelo mar, o talento e, claro, muito treino foram os ingredientes necessários para que a atleta se sagrasse campeã mundial da modalidade, depois de arrecadar outros tantos títulos de excelência a nível nacional e europeu. A jovem de origem alemã é um dos rostos mais conhecidos na modalidade, não só pelas vitórias consecutivas, como pelo estilo de vida saudável que nasce do respeito pela natureza e do amor pelos animais.

O vegetarianismo (e mais recentemente o veganismo) entra na tua vida muito cedo, quando tinhas uns 10 anos de idade. Foi uma escolha e preocupação que partiu de ti?

Isto é uma coisa mesmo minha e sempre tive esta preocupação desde miúda. No entanto, eu gostava do sabor da carne e do peixe. Então, só aos 10 anos de idade é que tive força de vontade suficiente para decidir que já não comia mais carne, nem peixe - e nunca mais comi. O meu pai comia tudo e a minha mãe só não comia carne, mas, ainda assim, a alimentação lé em casa era mais à base de legumes do que carne, por isso não foi um choque muito grande.

Houve um momento decisivo que tenha ditado essa mudança alimentar?

Quando tinha 10 anos, a minha preocupação eram os animais e sempre me fez confusão comer algo de que gosto. Há uma história engraçada em relação a isto. Fiz uma viagem à Índia com a minha mãe e, quando voltei, decidi mudar, depois de ter visto imensas pessoas vegetarianas e as vacas a andarem nas ruas, tidas como um animal sagrado. Foi o último push que me faltava para tomar a decisão. Anunciei à família e, a partir daí, não ia voltar atrás.

Sentes que a mudança de alimentação teve consequências no teu corpo ou na tua prestação enquanto atleta?

Como costumo dizer, neste momento sou vegan a 95% porque às vezes abro exceções. Mas não senti uma grande diferença no meu corpo. Foi sempre uma evolução gradual, nestes últimos 24 anos. Mas, em termos desportivos e de recuperação, é uma coisa que me ajuda. Sinto-me leve, bem e tenho energia.

Com um estilo de vida super saudável, a começar na alimentação e a terminar no exercício físico. Qual é o teu guilty pleausure?

Eu sou uma gulosa, mesmo. O açúcar faz parte da minha alimentação diária. Eu preciso mesmo de comer açúcar porque gosto. E a verdade é que sou aquela pessoa que acha que a vida é para saborear. Se realmente gostamos de algo, não nos devemos privar completamente. Ou seja, tenho noção de o que é uma alimentação saudável, mas também devem existir momentos para desfrutar da comida e, principalmente, dos doces, dos bolos, dos gelados, dos chocolates… [risos].

É sabido que a maquilhagem não faz parte do teu dia a dia. Sentes que tal te define como uma mulher pouco vaidosa ou menos feminina?

Não, de todo. Até acho que sou bastante vaidosa. Não tenho nada contra a maquilhagem, mas, no meu dia a dia, não me dá jeito usar. E, quando não vou para a praia ou vou para fora, gosto de usar maquilhagem, mas simples. No meu dia a dia, não faz sentido, nem é prático, mas se vou a um evento, claro. Até sou bastante vaidosa, tenho de admitir. Mas a vaidade nunca fez mal a ninguém [risos].

Quais os cuidados de beleza que não dispensas?

Tenho muitos cuidados de pele, porque o meu estilo de vida requer muitos cuidados de pele. Acima de tudo, uso protetor solar, até mesmo quando não vou à praia. Uso-o todos os dias, a não ser que esteja a dormir. Sou embaixadora da Avène, que é uma marca que tem imenso cuidado com os protetores, até a nível de impacto ambiental. São produtos amigos do ambiente, da vida marinha. Ou seja, faz todo o sentido para mim e é por isso que sou a porta-voz deles. Uso e abuso do fator 50+, até porque na minha vida já apanhei muitos dias de sol e escaldões. Mesmo por debaixo da maquilhagem, uso protetor solar. Na praia, o segredo é reaplicar de duas em duas horas e aplicar meia hora antes de começarmos a apanhar sol.

Além do protetor, hidrato sempre a pele, de manhã e à noite, já que a pele seca é o meu maior problema. E, como uso protetor à prova de água e gosto de o retirar no final do dia, limpo sempre a pele.

Tens um segredo de beleza?

O meu maior é segredo é ter o protetor solar ao lado do creme hidratante na casa de banho. Não saio de casa sem o aplicar. E por evitar os escaldões, é a melhor forma de prolongar o bronze.

Também tens cuidados com o cabelo?

Tenho, mas não tantos como costumo ter com a pele. O meu loiro é de estar muito exposta ao sol, até porque a minha cor natural é loiro escuro. Nunca pintei o cabelo, tenho umas californianas que demoraram a compor-se [risos]. Ponho máscaras hidratantes sempre que lavo o cabelo, caso contrário nem o consigo pentear. Também gosto de pôr óleo de pontas. Basicamente, tudo o que seja hidratar o cabelo para ficar mais macio, voltar a ganhar brilho e não partir facilmente, porque parte bastante.

No teu dia-a-dia, é comum adotares um estilo mais descontraído, com looks práticos. Mas a Joana também gosta de usar um vestido chique e uns saltos altos?

Sem dúvida. Como não é habitual no meu dia a dia, sempre que posso usar uns saltos altos ou um vestido, adoro - e não perco a oportunidade! É uma coisa rara, por isso tento sempre desfrutar ao máximo desse momento.

Olhando para trás… Com treinos tão exigentes e a expectativa que todos têm para seres “a melhor”, chegaste a pensar em desistir da tua paixão pelo bodyboard?

Sim. Há sempre esses momentos. Já faço competição há 20 anos e isso é algo que ocorre de vez em quando. Sentimos a pressão dos outros, sentimos a nossa própria pressão. Agora, que já conquistei muita coisa, estou mais relaxada. Sinto que não tenho que me provar. Já me provei. Mas há sempre derrotas ao longo de uma carreira e há aquelas que são piores do que outras. E são mais as derrotas do que as vitórias. Isso é perfeitamente normal, mas há momentos em que é preciso respirar fundo. Às vezes, há dias em que, depois de uma derrota má, nem pego na prancha durante um ou dois dias, só para descontrair a minha cabeça. Faço o reset e depois volto com mais vontade. Sinceramente, sempre levei isto de forma natural. Não me obrigo. Quando tenho vontade fazer bodyboard, vou com tudo, porque sei que sai bem. Se houver um dia em que não me sinto com vontade ou que sinto que tenho de descansar, descanso e não há qualquer peso na consciência, porque sei que isto faz parte de ser atleta.

E a quem ou a que recorres nesses momentos mais difíceis?

Tenho um companheiro de vida que também é do bodyboard, por isso percebe perfeitamente isto. Ou seja, ele deixa-me em paz quando é preciso e diz-me para ir fazer outra coisa, para ler um livro ou ver um filme, o que for. Também gosto de ouvir música, passear e ir a um shopping, fazer ago completamente fora da minha rotina.

Evasão

O que faz deste iate o mais caro do mundo?

Nem nos nossos sonhos mais audazes conseguiríamos sequer imaginar alguns dos itens que compõem o History Supreme.

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