Algumas das peças “Cloudy Butterflies” de Claudia Schiffer para a Bordallo Pinheiro
Design e Artes

Claudia Schiffer: a adolescente tímida e a infância que a liga a Portugal

O seu nome diz quase tudo, mas não tudo. A supermodelo Claudia Schiffer, em entrevista à VERSA, leva-nos até à infância no campo e fala-nos do sentido e do valor da “transformação” na sua vida, tal como vivem as borboletas.

Nos anos 90, Claudia Schiffer foi um dos nomes que inaugurou uma categoria nova no mundo da moda – a das supermodelos. Uma época de ouro na indústria, com as modelos elevadas a verdadeiras estrelas, ícones que marcaram a história da moda para sempre, e que tal como a modelo alemã, permanecem no nosso imaginário em campanhas memoráveis e desfiles em que faziam uma espécie de dupla ao lado de Karl Lagerfeld ou Gianni Versace.

Mas a moda, ainda que lá volte a convite de marcas de luxo para um desfile pontual ou como rosto de uma nova campanha, não é o tema desta conVERSA, nem é tema na vida atual de Claudia Schiffer. A “transformação” sente-a como inata, apaixona-a e aceita-a desde sempre como um lugar que é seu. E para ser vivido. E desse processo, o da transformação, surgiu o encontro com a Bordallo Pinheiro, a marca portuguesa com quem trabalhou recentemente uma segunda coleção “Cloudy Butterflies”. E a conVERSA é sobre esse novo papel criativo, a infância ao ar livre, as borboletas e a forma como hoje vive os seus dias.

 

Li que a sua infância no campo é uma grande inspiração para as coleções com a Bordallo Pinheiro, mas também a influencia em outros aspetos da vida?

Sempre gostei dos tons terra, castanhos suaves e verdes, bem como do design moderno de meados do século. Também gosto de fazer referência ao ar livre. A minha mãe era uma grande jardineira e a minha avó adorava a natureza, e criavam montes com as folhas de outono caídas onde eu pulava! Também fazia caminhadas pela floresta com meu pai, encontrava insetos e borboletas no seu habitat natural. E tinha muitos livros no meu quarto sobre árvores, insetos e animais da floresta, e esta coleção está mergulhada nessas minhas memórias.

O design era um talento escondido, um sonho...? O que a leva a desenhar esta coleção?

A primeira coleção de peças decorativas correu tão bem que achei que faria sentido mudar para louças para ampliar a gama e desenvolver ainda mais o design das borboletas. Queria trazer cores mais quentes e manter o bordo divertido, como os rebordos laterais incomuns, em forma de borboleta. Também introduzimos novos itens como o jarro de cântaro, canecas e tigela para o almoço ou para o pequeno almoço. É ótimo ver como as pessoas estão a usar e a misturar as peças, tal como eu faço em casa. 

Sendo uma coleção tão bonita, considera estas peças mais do que apenas objetos funcionais?

Eu só desenho peças que eu própria usaria, o nosso ambiente em família é descontraído, e queria manter esse sentimento nesta coleção. Quero que os convidados para a nossa mesa de jantar se sintam bem-vindos e em casa, e os materiais naturais e as cores quentes transmitam isso mesmo. Também gosto de acrescentar à mesa flores grandes do jardim e objetos decorativos que colecionei ao longo dos anos, trazem mais textura e personalidade. Para mim, as decorações para os jantares devem ser sempre interessantes e inspiradoras, e menos práticas. A beleza contribui para a qualidade da minha vida. Acender uma vela, ter flores bonitas e os objetos que colecionei fazem-me feliz.

Confesso que cresci a vê-la desfilar, sou uma fã desde sempre, senti uma ligação emocional e comprei uma peça da coleção. Tenta transmitir algo de si através do design, para que haja esse layer extra emocional com que os consumidores se identificam?

Sempre gostei da ideia de transformação, que é o que a borboleta simboliza para mim. E eu sei também o que é isso, fui uma adolescente tímida que, de repente, se viu em desfiles, programas de TV e outdoors espalhados por todo o mundo. As borboletas são inatamente elegantes, adaptando-se e evoluindo. Tenho como prioridades a saúde, a felicidade e o bem-estar, que encontro ao estar com a minha família e perto da natureza, por isso, não é por acaso que os meus projetos fazem sempre referência a esse mundo da natureza.

Vê na galeria de imagens a coleção criada por Claudia Schiffer para a Bordallo Pinheiro. 

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