Showroom Miguel Raposo
Design e Artes

Miguel Raposo: o designer português que não gosta de seguir tendências

Miguel Raposo tem uma carreira de mais de 30 anos nas áreas do design de interiores e arquitetura e é um nome a fixar.

A coleção de Miguel Raposo é original e inteiramente produzida em Portugal pelos melhores artesãos, segundo o próprio. Conjuga linhas intemporais e materiais de qualidade em peças inspiradas nos meados do século XX, nas referências históricas e no mundo da arte contemporânea.

Com uma carreira de mais de três décadas nas áreas do design de interiores e arquitetura, assume que não gosta de seguir tendências porque estas se esgotam no tempo e no espaço. Prefere, em vez disso, desenhar peças e realizar projetos cujo conceito e imagem sejam intemporais.

Depois de muitos anos a criar soluções para projetos de arquitetura na área da reabilitação e interiores, Miguel Raposo está agora focado em alcançar um público mais vasto com uma coleção de mobiliário e complementos que podem ser adaptadas e personalizadas de acordo com a necessidade do cliente.

Em entrevista à Versa, Miguel Raposo fala do seu percurso, das suas peças, do seu novo showroom e do futuro no mundo da decoração:

Como descreve o seu mobiliário?

As peças de mobiliário que crio refletem a minha formação, as minhas vivências e gostos e aquilo em que acredito enquanto profissional. Gosto de pensar na palavra intemporalidade como aquela que melhor define o mobiliário que desenho.

Gosto de pensar na palavra intemporalidade como aquela que melhor define o mobiliário que desenho.

A Miguel Raposo interiors Collection propõe ser uma coleção composta por peças pensadas e criadas para perdurarem e de fácil integração em diversos ambientes e estilos. Nas minhas criações, a par das questões estéticas, preocupo-me com a qualidade e resistência dos materiais, assim como estou atento às questões ergonómicas.

Se tivesse de escolher uma peça de destaque nesta nova coleção, qual seria?

É uma pergunta que me costumam fazer e que é difícil dar uma resposta imediata. Cada peça é única, pensada e criada ao pormenor, com uma função particular, pelo que não é justo escolher só uma. Contudo, pelo desafio que foi, pelo processo criativo em si e pelo resultado, consigo referir o” Banco Bakuba”.  

Ao longo destes 30 anos, o que mudou no seu mobiliário? Qual a diferença entre as primeiras peças e esta última coleção?

O meu percurso profissional tem cerca de 30 anos e em 2008 criei o meu próprio atelier agregando profissionais de arquitetura e design de interiores e desenvolvendo sobretudo projetos de arquitetura na área da reabilitação e interiores. Desde sempre que fui integrando nos projetos mobiliário e peças desenhadas por mim. Mais recentemente, surgiu o desafio de desenhar uma coleção própria que estivesse disponível não só para os projetos que desenvolvemos, mas também que fosse possível ser adquirida por particulares e outros profissionais da área.

A experiência, a forma de observar e o grau de exigência, que resultam com o passar dos anos, tornam as peças de hoje diferentes das projetadas no início da minha carreira. Também hoje há uma preocupação e uma consciência relativa à sustentabilidade, o que confere uma nova forma de utilizar os materiais.  

Que tipo de cliente procura o mobiliário Miguel Raposo?

Qualquer cliente pode ser um potencial cliente, uma vez que a minha coleção é composta por peças que se enquadram em vários espaços e estilos. São clientes que para além de se identificarem esteticamente com aquilo que projeto e desenho, dão maior importância ao detalhe, à nobreza dos materiais e intemporalidade do desenho. A produção maioritariamente artesanal das peças, também confere um carácter de exclusividade, fator esse que os clientes apreciam. 

Como funciona o processo de personalização?

As peças são pensadas com a possibilidade de serem personalizadas ao gosto de cada cliente e de acordo com as suas necessidades. E é muito gratificante ver que os clientes conseguem perceber e visualizar isso. É fácil tornar uma peça mais “nossa”, basta eleger outros acabamentos e dimensões e esta torna-se única. Esta é uma componente nesta coleção que os clientes muito apreciam.

É fácil tornar uma peça mais “nossa”, basta eleger outros acabamentos e dimensões e esta torna-se única.

Para este processo o showroom tem sido fundamental porque os clientes veem a peça em contexto doméstico e conseguem visualizar a mesma na sua casa, imaginando-a com as alterações que pretendem. Também são acompanhados por uma equipa qualificada que, com base nas perguntas certas, consegue perceber o gosto, expectativas e necessidades do cliente e aconselhar em conformidade.

Depois, após uma primeira avaliação, dispomos no showroom de exemplos de diversos materiais (madeiras, pedras, tecidos, metais, etc.) que permitem múltiplas conjugações e chegar ao resultado pretendido.

O showroom serve para aproximar mais o cliente?

Sem dúvida. A nossa casa deve ser o nosso porto seguro, o nosso refúgio por isso todas as decisões que são tomadas em relação à casa devem ser ponderadas e devem ser pensadas a longo prazo. Acredito que os elementos que escolhemos para equipar a nossa casa são um reflexo daquilo que somos, do que gostamos, daquilo que nos faz sentir bem, por isso devem ser cuidadosamente selecionados.

Os elementos que escolhemos para equipar a nossa casa são um reflexo daquilo que somos, (...) por isso devem ser cuidadosamente selecionados.

O facto de termos um showroom que também é um edifício residencial e que simula o ambiente doméstico nos seus três pisos, permite que os nossos clientes melhor visualizem os produtos, ajudando-os a tomar a decisão certa. Os espaços foram desenhados de forma a retratarem diversas zonas da casa e onde os produtos da coleção vivem lado a lado com antiguidades, peças vintage e obras de arte.

Ter um showroom aberto ao público é muito exigente, mas temos a certeza que faz a diferença no momento da escolha porque todo o processo se torna mais próximo e mais real. Além disso, cumpre um outro grande objetivo, que é alcançar outros profissionais desta área, que poderão adquirir algumas peças e integrá-las nos seus projetos.

Que tendência de decoração vai dominar na próxima estação?

A tendência no que diz respeito aos interiores e ao design vai para alem dos “chavões”, tais como, que cor usar, que objetos comprar, que elementos acrescentar ou retirar, etc. Acredito, acima de tudo, na tendência que nos leva a um novo rumo e uma nova forma de ver, na procura constante de tornarmos os espaços que vivemos e habitamos, mais funcionais, mais confortáveis e ajustados às nossas necessidades. Existindo cada vez mais consciência nas práticas ecologicamente corretas, quero acreditar que a sustentabilidade seja a maior das tendências.

O showroom Miguel Raposo interiors Collection pode ser visitado de 2ª a 6ªf entre as 9h e as 18h, sem necessidade de marcação, na Rua da Junqueira 203, Lisboa.

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