Apesar de não existir unanimidade na definição de arte, existem algumas formas, como o (1)desenho, a (2)pintura, a (3)escultura, a (4)poesia, a (5)arquitetura, a (6)música ou a 7ª arte, o cinema, que são consensuais e mundialmente reconhecidas.
Mas, onde fica a dança, o teatro, a literatura, a fotografia, as artes decorativas, o artesanato ou a banda desenhada? Não são estas formas de arte também? Não são estas fruto de técnica e/ou habilidade, tal como a essência latina da palavra - ars - indica?
Claro que sim. E, tal como estas, também o design é uma forma de arte. Do design de equipamento surgem objetos cuja arte está no equilíbrio perfeito entre a inspiração artística, o conhecimento do comportamento das matérias-primas e o rigor técnico e habilidade da execução, para que a peça não seja apenas atrativa, mas sobretudo funcional e duradoura.
E o design também é uma forma de arte se tivermos em mente o resultado harmonioso que resulta de um projeto de interiores, no qual o profissional dedica tempo e criatividade para criar ou transformar espaços, adaptando-os às necessidades do cliente, depois de um processo em que a arte de saber ouvir é fundamental para o equilíbrio final.
Com o recurso à arte de quem sabe fazer, uma sala nunca é apenas uma sala, onde o mobiliário é colocado aleatoriamente. Uma sala é um espaço criteriosamente desenhado onde estética, conforto e funcionalidade resultam numa obra que, tal como todas as outras formas de arte, pode e deve ser diariamente vivida.
Porque, tal como dizia o poeta Ferreira Gullar, “A Arte existe porque a vida não basta”.