Gabrielle Chanel anos 50
Design e Artes

Uma nova série retrata como Dior e Chanel mudaram o mundo

A Apple TV está a rodar, em Paris, The New Look, que retrata a ascensão de Christian Dior na alta-costura com o sucesso da sua silhueta de ampulheta. E como picou Coco Chanel a fazer uma revolução depois.

Algumas das mais belas e icónicas imagens de moda provêm deste tempo, do pós Segunda Guerra Mundial, os anos 50, quando as mulheres com pinta, e todas as outras por osmose ou inspiração, só saíam à rua se estivessem impecáveis: cintura cingida, que depois explodia em metros de tecido rodado ou em saias-lápis elegantes; vestidos amorosos e em tons apetecíveis, rematados com luvas e chapéus e saltos delicados.

Uma hiperfeminilidade idealizada, principalmente por Monsieur Dior, que criou a imagem de uma época, as chamadas mulheres-flor, mulheres de uma beleza intocável, como as flores que se colhem para um centro de mesa, aduladas e admiradas, mas também representavam o eterno constrangimento da sua condição. Era suposto as raparigas darem passos curtos nos seus saltos altíssimos e saias travadas, tailleurs justos que substituíam os espartilhos do princípio do século XX numa versão modernizada. Exatamente o que Gabrielle Chanel não queria para o sexo feminino.

Esta nova série, produzida por Todd A. Kessler, é dedicada à relação entre estes dois criadores supremos, autores dos mais belos capítulos da história da moda do século XX, Ben Mendelson é Christian Dior e Juliette Binoche é Coco Chanel.  Retrata a luta desta contra as cinturas de vespa de Dior, à qual contrapunha a modernidade de linhas fluídas, tecidos informais como o jersey de algodão, e a estética desportiva que namorou toda a vida. Se Dior amava a delicadeza dos seus jardins bucólicos, Chanel adora a alta-sociedade e a liberdade do hedonismo.

Claro que também conhecemos um pouco das personalidades e criativos que rodeavam Dior e Chanel como o ascendente Yves Saint Laurent, Pierre Balmain e Cristobal Balenciaga e Hubert de Givenchy, igualmente carismáticos e exigentes. No fundo, assistimos aos deslumbrantes bastidores de um mundo passado, onde cada detalhe era pensado ao mais ínfimo pormenor, num tempo em que a noção de estilo e elegância era muito restrita e codificada, a moda estava envolta na aura de sonho e mistério difíceis de alcançar pela maioria, o que a tornou sempre tão fascinante.

A série está em rodagem, em Paris, obviamente, mas ainda não tem data de estreia, mas a Versa diria que é das imperdíveis, por todas as razões. Para perceber onde nasceu a definição de glamour e de ícone, de que tantos se apropriam até hoje; porque a capital francesa é a capital primeira da moda e, acima de tudo, perceber a transformação que o sistema e a indústria da moda sofrem no século XXI. Aquele momento único e fundamental do The New Look provou, precisamente, como a moda pode ser um organismo vivo que se adapta ao seu tempo e sacode todas as regras anteriores para as reescrever mais uma e outra vez.

 

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