The Oitavos
Evasão

Neste hotel não tens paredes, só janelas para ver o mar e cada quarto é maior que uma sala

O Hotel The Oitavos não é um hotel qualquer. E não o é por um motivo qualquer. A VERSA explica-te porquê.

O projeto imaginado e inaugurado por Carlos Champalimaud e gerido por Miguel Champalimaud foi idealizado pelo artista e arquiteto português José Amaral Anahory. Mas esquece o clássico espaço de “lobby”, salas e recantos, corredores e espaços fechados. Estamos a falar de um edifício de aço e vidro, um gigante Y onde por 3 pisos se estendem 142 quartos, suítes e lofts, ora olhando nascente ou poente sobre o mar, sob a serra de Sintra e com as dunas de pinheiros mansos e campos de golfe do Hotel em plena Quinta da Marinha.

Mas voltemos ao interior: quando chegamos, a vista estende-se por todo o piso sem barreiras; da porta do hotel conseguimos ver até ao mar - isso mesmo! Vista desimpedida em todo o piso, sem paredes, apenas modulares divisórias que definem o bar, o restaurante IPSYLON, a zona de pequeno-almoço, o piano, zona de jogos, zona de tv e convívio, mas sem bloquear a vista e a luz de um sol que de manhã à noite está aqui sempre presente.

Bem-vindos à primeira surpresa. Mas há outra. E está por todo o lado tal como a luz que também entra pelas janelas de alto a baixo: o staff, que nos sorri em cada serviço, sempre prestável e nos faz sentir em casa.

Gostámos:

– Simpatia do staff

– Pequeno-almoço (melhores Ovos Benedict e Florentine!)

– Espaço envolvente e irreverente

– Passeio pelo mar ali ao pé

– Quartos com vista mar e áreas espantosas

– Restaurante Ípsilon

Recomendações:

Sem espaços ou playground para crianças mais pequenas, optar pelo passeio a cavalo, volta pelos jardins e mata ou, claro, a piscina exterior.

Veredicto Versa:

– Uma surpresa inesperada

– Estranha-se e entranha-se

Diria que a reação inicial ao entrar no The Oitavos é não estarmos preparados.

Tal é a amplitude que a vista alcança que nos sentimos perdidos num espaço tão grande. Mas o staff rapidamente nos inverte o desconforto inicial com simpatia, prestabilidade e eficácia. Horas depois damos por nós a pensar porque não há mais hotéis assim. Olhamos à esquerda e à direita e nunca batemos num canto. Sempre o verde das dunas de golfe e da mata ou o azul do mar e a luz do sol. Sabemos se há mesa para nós no restaurante num relance. Conseguimos ver a mesa de bilhar ao fundo ou se a zona Tv tem lugar para nos esticarmos num dos enormes sofás. Tudo é prático, e elegante ao mesmo tempo.

O luxo é prático

Este 5 estrelas localizado em Cascais mostra-se irreverente, mas de cuidado extremo no conforto. Vejam-se as cadeiras de refeição, de rodas práticas sem provocar chiares a meio da conversa ou riscos no chão, aconselhadas para quem se precisa levantar e atender o telefone, as crianças que ora entram ou saem, pessoas de mobilidade reduzida que assim mais facilmente se acomodam.

Situado no Parque Natural de Sintra-Cascais, o hotel oferece uma variedade de atividades ao ar livre e é um local popular para casamentos e eventos, com capacidade para até 600 pessoas no Les Herbes – Ballroom.

Aqui não vais encontrar estilo barroco ou palaciano, tudo é prático, eficaz, direto, numa simplicidade elegante. A originalidade não se consegue sem arriscar e se não formos capazes de autenticidade.

Quartos

Nos quartos, de áreas verdadeiramente deslumbrantes (conto que terão uns valentes 40m2!), a configuração é primorosa: corredor de entrada com minibar e arrumos de roupa, casa de banho privada em vidro, chuveiro idem, pois qualquer um pode a qualquer momento ver as vistas sobre a mata e sobre o mar; encostada à janela uma banheira, dois lavatórios e um toucador espaçoso e luminoso; do outro lado de uma divisória a meio (sem tocar no teto) a zona de

cama de 2 metros (!), a sala ao centro com um sofá que nos prende a ele e ainda espaço para uma cama extra se for necessário; fica a faltar a enorme varanda com sofás e cadeiras para ver o mar e o sol; o chão é azul (opiniões divididas no tom) ora de cortiça na zona quarto ora lavável na zona duche.

Ah, e se as janelas de alto a baixo fazem temer acordar com a luz do sol às 6 da manhã, fiquem sossegados pois as cortinas cumprem com um blackout exímio. Sem falhas. É melhor mesmo ligar o despertador para não perder o pequeno-almoço.

Restaurantes

Jantar no IPSYLON

Um dos ex-libris, o IPSYLON, tem assinatura do Chef Devilliers e serve jantares que vão dos petiscos vários e variados para partilhar animadamente (vimos muitos a fazê-lo), as massas, a carne, o peixe e os mariscos à carta, ou então o menu de degustação de 4 momentos do Chef.

Nos 2 dias que por ali estivemos deu para apreciar as várias opções. Recomendamos qualquer uma. De facto, para um lado mais informal ou mais sofisticado ou num dia especial; há sempre opção. E as vistas! Claro... essas!

E se razões não faltassem, metam conversa com o staff. Do chef de sala aos empregados de mesa, ao sommelier - com educação, elegância e regrando a amizade presente com espaço para que cada mesa tenha o seu recato, sabem estar, sabem conversar e sabem afastar-se para quem precisa do seu silêncio.

Pequeno-Almoço

Mas do outro lado está um começo de dia num nível idêntico. Na “sala” (pois já expliquei que no The Oitavos não há paredes nem salas, apenas ‘espaços’ delimitados) de pequeno-almoço o rei são os Ovos Benedict feitos no momento e a rainha os Ovos à Florentina. Confesso ambos divinais. O brioche macio e bem temperado levemente na frigideira com manteiga e ervas, o molho holandês incólume e, claro, os ovos no ponto certo. Achei que os florentinos estavam verdadeiramente divinais. Muito raro encontrar feitos assim.

Mas há mais. A mesa da fruta tinha opções cortadas e inteiras, salada, e do que provámos os morangos e a papaia eram maduros no ponto, de sabor rico e longo. Imaculado. Muito difícil, numa oferta hoteleira superior, que por vezes mesmo ao alto nível não consegue garantir fornecedores com esta qualidade.

Do lado do pão poderia haver mais alguma variedade, talvez nos pães de sementes e fora dos clássicos pão branco e de mistura, mas bem-vindo o brioche que também marcou presença. Mesa de simpática, mas comedida oferta nos mimos doces, com os pain-au-chocolat, croissant-mini franceses e bolo caseiro, 3 tipos de mel, sementes, frutos secos e sumos de fruta.

Há ainda a mesa da proteína e dos quentes para quem precisa começar bem o dia e segurar-se para longas horas no green a bater bolas sem vir a precisar de almoço.

P.s. o cappuccino com ótima espuma é de repetir!

Piscina, Jacuzzi, Sauna, Spa

No The Oitavos relaxar tem várias formas possíveis. A começar pelo programa de Balneoterapia, que utiliza como forma de tratamento banhos terapêuticos, há depois ainda piscina interior aquecida com vista mar, jacuzzi, fonte de gelo, chuveiro e Sala de Repouso, sauna ou banho turco. É escolher!

Atividades

Se desfrutaste do espaço, da piscina ou do golfe e estás à procura de outras opções, estas são as que complementam a estadia:

– Passeios de Bicicleta

– Passeio a Cavalo

– Surf

– Passeio de Helicóptero

No nosso caso optámos pelo passeio de bicicleta elétrica, com prévias dicas do Sr. Manuel Plantier da Single-Speed-Bike-Tours, dando a volta pelas dunas do golfe (3km) que também se podem fazer numa caminhada, mas indo mais além depois pela ciclovia junto ao mar e até Cascais e regressando a seguir. Mágico.

Para quem visite esta zona pela primeira vez ou apenas a conheça de automóvel recomendo vivamente a ciclovia/pedovia à beira-mar. Quer pelas vistas, pelo aroma salgado do mar que o vento nos brinda aqui e ali, as dunas ao nosso lado, a Serra de Sintra ali perto e a Peninha a espreitar lá do alto. Memorável. São os quilómetros para nos sentirmos bem e perdoar os pecados a aplicar à noite no restaurante IPSYLON.

Está marcado na agenda o regresso.

Contacto: +351 214860020

Morada: Rua de Oitavos Quinta da Marinha 2750-374 Cascais

Gourmet

O Restaurante IPSYLON by The Oitavos é para ti, e não é só pela ótima carta

A forma do hotel The Oitavos em Y dá nome ao seu restaurante. O IPSYLON é cheio de significados e com uma carta cheia de encontros significativos.

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