Restaurante Ipsylon
Gourmet

O Restaurante IPSYLON by The Oitavos é para ti, e não é só pela ótima carta

A forma do hotel The Oitavos em Y dá nome ao seu restaurante. O IPSYLON é cheio de significados e com uma carta cheia de encontros significativos.

A simbologia na arquitetura em Y do hotel The Oitavos não podia ser mais emblemática, como dois caminhos que se unem. Porque é assim mesmo o IPSYLON, com uma carta variada e que convida a partilhar, a juntar pessoas e caminhos diferentes à mesa, e com um espaço de vistas abertas 360º para que se possam ver os pinheiros mansos, os campos de golfe e o mar com o sol por cima até pousar. Para durante o dia petiscar, experimentar o que há na boa garrafeira (com exemplares da Quinta do Cotto, na Régua, pertença da família Montez Champallimaud que também cuida do Hotel), ou jantar de forma memorável a preço justo. Ah, e se és dos que já percebeu que o staff e o serviço valem por vezes outro tanto que a comida, a reserva é obrigatória.

Gostámos:

– Simpatia e apoio do staff

– Carta variada

– Vistas de pinheiros mansos, sol e mar

– Sossego e espaço para conversar

Recomendações:

– Convém reservar!

Veredicto Versa:

Para repetir em modo grupo de amigos ou a dois

A comida é boa, mas o staff melhora ainda mais a experiência

O espaço pode ser amplo e minimalista, mas o cuidado do staff é caloroso e próximo, acolhedor e divertido sem ser intrometido, com as explicações merecidas nos pratos e no pairing, mas se alguém gostar de conversar, perguntar pelas curiosidades da zona ou dos pratos ou do que visitar em volta, tem apoio assegurado.

Vamos aos pratos!

Experimentámos o Dîner du Chef, assinado pelo Chef Executivo Cyril Devilliers, a conselho da equipa, com um valor que de acordo com os pratos varia de 60€ a 70€ para 4 momentos, o que é de louvar pela qualidade dos condimentos e preparo, duração e apuro de cada momento. Ao que se encontra por aí numa Lisboa cada vez mais aflita de boas ofertas a preço ajustado, é de elogiar a equipa do IPSYLON por esta opção de 4 momentos icónicos.

Para quem pretende menos degustações, a carta é muito variada, desde opções de entradas para partilhar, onde o Ceviche ou as Ostras são de considerar, na nossa opinião (a primeira numa prova diferente do ceviche peruana e mais próxima de um sashimi – muito bom!), mas também com marisco ou as opções mais portuguesas, com o nosso dedo a apontar para que não te escape da carta as tiras de atum, muxama e ponzu, as pataniscas de bacalhau ou o alho francês com vinagrete e maionaise de mexilhão.

Mas a noite era para se experimentar. O The Oitavos é um hotel como poucos, primeiro estranha-se e depois convence-nos, com a sua arquitetura totalmente desprovida de paredes interiores, num open space que se abre 360º para que possamos ver o green do golfe, e claro, o sol e o mar desde nascente até ponte. Icónico! Por isso deixámo-nos ficar, preparámos o Uber e avançámos para o pairing de vinhos sob a batuta do sommelier Luís.

Ver aqui a nossa crítica ao hotel The Oitavos.

Ceviche ou Foie Gras

O Luís percebe de vinhos sem snobismos. Tem as suas raízes em Valpaços, oriundo de uma família de apreciadores de bom vinho e boa comida, gente simples, mas de bom gosto e apreciadora dos valores da mesa em família. É por isso que o Luís se torna também uma boa companhia de cada vez que nos aborda para apresentar o vinho, perguntar do anterior e confirmar se tudo está ao gosto. Não adianta tentar esconder, que o Luís percebe de imediato se o pairing não foi a 100% e trata de sugerir logo uma outra experiência. No nosso caso um de nós avançou no Vértice Bruto Rosé para encaixar no paté, mas uma troca de última hora deste último pelo Ceviche de imediato nos levou para um Riesling da Nova Zelândia que casou com a sua doçura, untuosidade e acidez com a lima do Ceviche. Magnífico arranque.

O espaço estava cheio, com mesas repletas de amigos, casais de hóspedes do The Oitavos, famílias com filhos ou duplas como nós, de passagem para ver o mar do Guincho e experimentar a carta do chef Devilliers.

Costeletas de Cordeiro e Vinho Ninfa

A caminho do prato principal, umas costeletas de cordeiro muito acima do que é habitual, na sua combinação com batata e trufa, a par do queijo de Serpa (para valentes!) ainda deu tempo para falarmos da região de Bucelas e dos seus vinhos ‘salgados’ pelo salitre do mar que se irradia deste na cacimba e cai sobre a vinha passando para a planta e para a uva.

Por falar em uva, foi um Baga do Tejo (surpresa!) que acompanhou o cordeiro e se encostou a ele primordialmente. Ninfa. A repetir. Aponta o nome e procura numa garrafeira online - um tinto baga especial, robusto, mas de acidez marcada, final com tosta elevada que é a eleição para estes pratos condimentados e fortes para um dia mais frio.

Voltemos ao Chef Devilliers – o cordeiro, maravilhoso na apresentação, textura, facilidade ao comensal de o apreciar sem usar a faca em demasia, e na conjugação com a batata e trufa divinal. Merece distinção. E depois da prova “a solo”, eis o nosso tinto Ninfa outra selvagem agora dócil.

Prato de queijo e Pavlova

Deu-se então espaço à conversa na mesa. Mas para não estarmos sozinhos seguiu-se um “intermezzo” com um valentão pedaço de queijo Ardalhou e morangos pincelados de mel e com tomilho a rematar.

Daí fomos à Pavlova de framboesa. Apresentação delicada e a lembrar um pequeno boneco natalício, acompanhada de um LBV da Vallado rebaixada a sua temperatura ligeiramente para equilíbrio dos taninos. Final feliz.

...ou quase. Porque o staff achou que nos faltava perceber o que é o ex-líbris da casa, o créme brullé com gelado de caramelo salgado com um copo de Favaios ao lado. Que experiência. Demorou para o Luís descobrir esta combinação. E ao sommelier não lhe cabe apenas trabalhar com vinhos “finos”, mas antes descobrir os melhores casamentos para cada cliente e cada prato.

Dica do staff do IPSYLON:

Para quem quiser fugir dos doces e pretender saltar a sobremesa, é experimentar um sorvete de frutos vermelhos ou de morango com um LBV ou Vintage. O gelado “de água” e a fruta a fecharem o almoço ou a noite com as vistas ao pé de nós.

Sejam felizes.

Nós fomos.

E ao contrário do ditado, sem medo de cá voltar e ser felizes de novo, o que faremos já em breve.

Ficha do IPSYLON:

– Cozinha com frescos e sabores locais, da terra e do mar, rodeado por pinheiros mansos e paisagem atlântica.

– O Chef utiliza os melhores e mais frescos ingredientes e produtos locais, com um toque de criatividade.

– O Chef Devilliers oferece também o “Diner do Chef”, um menu completo, onde o marisco e o peixe são parte do conceito, variando diariamente.

– Um espaço informal, mas com um ambiente elegante e cosmopolita, ideal para conviver e apreciar boa comida.

Contacto: +351 214860020

Morada: Rua de Oitavos Quinta da Marinha 2750-374 Cascais

Reserva de mesa: recomendamos reserva prévia; o restaurante apela aos locais, aos hóspedes e a muitos que aqui vêm pela carta, pelo serviço e pelas vistas únicas.

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