Dias depois do primeiro Rodeo da Louis Vuitton, parece confirmar-se que Pharrel Williams desenhou uma nova coleção, mas também uma espécie de odisseia transatlântica para a marca. A começar no tema para o outono/inverno 2024 que nos leva até ao velho oeste americano e a terminar na versão moderna dos antigos baús de viagem eternizados pela Louis Vuitton que também desfilaram. Os Estados Unidos estão definitivamente na rota da inspiração do diretor criativo da Louis Vuitton e na estratégia de crescimento de negócio da Casa de luxo francesa.
Para esta visão contemporânea de índios e cowboys que chega à Semana de Moda Homem de Paris, a Louis Vuitton trabalhou com artistas de tribos de Dakota e Lakota, que criaram padrões pintados à mão de flores do deserto, aplicados em vários acessórios e peças da nova coleção de Pharrel. E da narrativa destacam-se os casacos em pele, em denim e em seda, os acessórios como as botas e cintos cowboy, as franjas e os elementos da natureza nos padrões, e um estilo western incrivelmente interpretado pelo savoir-faire dos ateliers da Casa e que se veste agora como workwear e streetwear.
A nova coleção da Hermès apresentada na capital francesa, volta a confirmar porque é a marca que melhor simboliza e interpreta o “Luxo Silencioso”. A diretora criativa Véronique Nichanian fez desfilar versatilidade em quase todas as peças, a herança equeste da Casa em nuances subtis ao melhor estilo dandy chic. Tweed e lã que nos remetem para o ambiente do campo inglês, mas onde não falta a pele em bomber rider jackets por exemplo, mostrando uma estética mais edgy da tradicional Casa francesa.
No desfile da Valentino na Semana de Moda Homem de Paris, a marca afasta-se dos padrões tradicionais da masculinidade e usa a cor para se libertar das convenções. Pierpaolo Piccioli apresentou uma coleção onde repensa o simbolismo do azul no uniforme dos homens modernos e dá-lhe um sentido de liberdade. Com a Valentino, a alfaiataria conjuga-se com a fluidez e delicadeza em tons rosa, azul, verde e laranja.
Com Comme des Garçons o outono/inverno 2024 será vivido num “Mundo Espiritual”, o branco visto como um simbolo de oração que Kawakubo nos parece dizer ser obrigatória num momento em que a guerra domina headlines. Com menos dramatismo ou formas por vezes bizarras como é tradição fazer desfilar, a marca mostrou que olha para a moda como um sentido de calmia que o mundo precisa, com texturas suaves, entre o branco, o preto, azul e cinzento. Mas estava lá, a estética e a visão alternativa que Kawakubo tem sobre a moda masculina.
Reunimos na galeria de imagens algumas das coleções que se destacaram na Semana de Moda Homem de Paris.