O que faz alguém parecer rico? São as roupas que usa, o carro que conduz ou a casa em que vive – isso é certo –, mas os traços do rosto também entram na equação quando chega a altura de julgar superficialmente se uma pessoa é rica, revela um novo estudo desenvolvido pela Universidade de Glasgow.
Os resultados do estudo, publicados no APA Journal of Experimental Psychology, revelaram que pessoas com um rosto estreito, lábios e sobrancelhas levantados, de tez clara e com um espaçamento simétrico entre os olhos eram percepcionados como parecendo ricos.
Por sua vez, concluiu-se no estudo, pessoas com rostos mais largos ou bocas mais cavadas eram percepcionados como sendo menos abastados.
“As pessoas que são percepcionadas como pertencendo a uma classe social alta ou baixa são também frequentemente julgadas como tendo características vantajosas ou desfavoráveis, respetivamente. Tais juízos são formados mesmo apenas a partir da aparência facial, o que pode ter consequências substanciais a jusante, incluindo a desvantagem das pessoas que são consideradas de classe social inferior”, explicou a autora do estudo, R. Thora Bjornsdottir, num comunicado de imprensa citado pelo New York Post.
“Os resultados sugerem que os estereótipos de classe social explicam a ligação entre a aparência facial e os juízos de valor sobre a classe social dos indivíduos. Isto demonstra que os estereótipos que possuímos têm consequências para a forma como percepcionamos os outros – influenciam as nossas percepções. As nossas impressões sobre as outras pessoas podem então conduzir a vantagens ou desvantagens específicas para elas”, pode ler-se ainda.
Outro estudo, de 2017, coordenado pela Universidade de Toronto e publicado no Journal of Personality and Social Psychology, descobriu que a cara das pessoas pode realmente demonstrar se são ricas ou pobres. A sua abordagem era diferente, uma vez que era pedido aos participantes que adivinhassem a riqueza de pessoas reais com base em apenas fotografias. No final, 53% dos inquiridos acertaram nas assunções feitas sobre o nível de riqueza de desconhecidos.