Margot Robbie no papel de Barbie
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In a Barbie World… ou a dopamina de que precisamos

E eis que quando menos se espera (admito que possa ser só eu…), o mundo volta a ser cor-de-rosa. E naturalmente, a grande culpada é a Barbie. E o que talvez possa parecer à partida um certo retrocesso, seja apenas uma escolha do mundo para um (re)encantamento com o mundo. Continuo dividida…

É inegável que o marketing à volta do filme, que coloca Margot Robbie e Ryan Gosling nos papéis de Barbie & Ken, é dos mais bem conseguidos dos últimos tempos e a grande aposta para o regresso do público às salas de cinema no pós-covid. Desde as primeiras imagens das gravações até à ante-estreia em Los Angeles, Hollywood volta a ser Hollywood, neste caso com uma das marcas mais fortes no mundo (a par da cor…), dezenas e dezenas de produtos e parcerias, até ao uso de Inteligência Artificial e a presença no Metaverso. A estratégia resultou junto de nós, a audiência do filme, os adultos. Se será rentável, teremos de aguardar.

Mais do que uma boneca lançada em 1959, ao longo da história a Barbie assumiu-se como uma das marcas mais reconhecidas no mundo, semelhante a uma notoriedade que só uma Cola-Cola, por exemplo, consegue. Já para não falar de um símbolo cultural, por vezes questionado e controverso, o que tem levado a Mattel a repensar a estratégia com Barbies com diversos tipos de corpo e profissões, como resposta às criticas de promover padrões irreais de beleza e de impactar negativamente as crianças.

E o que soa a retrocesso…é vermos a nova Barbie igual ao que sempre foi: loira, branca, um corpo perfeito, e vestida intencionalmente com tanto allure. Margot Robbie é tão Barbie que não a conseguimos imaginar a ser astronauta ou em discursos políticos vestida de Vivienne Westwood, como surgiu na estreia do filme, em Londres. E ficamos sem perceber onde ficam temas como a inclusão e a diversidade, na agenda nos últimos anos e também defendidos pela Mattel.

Ainda que sem ver o filme (o que pode mudar tudo, ou não…), as críticas reconhecem que há um certo “flirt” à diversidade, com Barbies de diferentes raças, tipos de corpo, personalidades ou género, e a mensagem de que a beleza vem em todas as formas e tamanhos. Mas toda a estratégia centrada na imagem tradicional da Barbie alta, magra, loira, e que não envelhece, faz-nos, ao mesmo tempo questionar, se há um verdadeiro compromisso no tema da diversidade, se não esperávamos que desafiasse mais as convenções, estereótipos e ideais pouco atuais.

(Re)Imaginar… é talvez o que falta. Mas o mundo talvez precise desta febre rosa para contrastar com realidades menos cor-de-rosa. O tal (re)encantamento. Com Margot Robbie ou com outra Barbie como Taylor Swift, fenómeno que também já contagiou Portugal. E se no filme a protagonista vive uma crise existencial, talvez nos seja permitido por aqui continuarmos divididos quanto a este paradoxo de plástico…

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