Edição de imagem: Inês Teixeira
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A moda foi controVERSA nos últimos anos e a tendência é gostarmos disso

A VERSA não podia celebrar o segundo aniversário sem olhar para o melhor, ou pior, da moda nos últimos tempos. Num universo em que tudo se cria, recria e critica, o balanço é sempre controverso.

Olhar para as tendências que marcaram os últimos tempos é também ver o outro lado de uma moda, o lado não tão bonito e que tantas vezes se apresenta como perverso. Hoje recordamos esses lados que nos fizeram discutir, refletir e pensar além do óbvio. Como em todas as histórias, a história da moda também tem as suas versões, os seus contos e uns outros pontos que todos acrescentamos. Se é bonito? Nem sempre. Se nos faz pensar? Mais do que uma vez.

E escutamos quem grita mais alto ou quem fala bem?

Talvez começar por recordar a inocência do absurdo. Entrámos numa Era que (re)definiu o espetáculo do estapafúrdio. Desde os "fifteen minutes of fame" de um jovem que invadiu um desfile da tão aguardada Semana de Moda de Nova Iorque com um saco de plástico e uma touca de banho na cabeça até às Big Red Boots. Por motivos óbvios, o primeiro foi mais fácil de esquecer e ridicularizar, porque até no ridiculo somos seletivos... também por isso aceitemos um saco de lixo como carteira, afinal de contas, é Balenciaga... mas é a partir daqui que as coisas se tornam não tão inofensivas.

O boicote é a nova expressão de desejo?

A genialidade da Casa Balenciaga tem-se vindo a definir num limite ténue entre a criatividade disruptiva e a provocação excessiva. Demna Gvasalia parece não medir meios para chegar a qualquer fim e a campanha que foi rotulada como uma propaganda à pornografia infantil foi infeliz, mas não o suficiente para matar o monstro sedento que alimentamos há demasiado tempo. Quisemos boicotar, uma e outra vez, enquanto comprávamos as suas carteiras excêntricas... Também tantámos castigar a Adidas, quando usaram modelos masculinos para comercializar um fato de banho feminino, numa tentativa de aproximação da marca à comunidade LGBTQI+, mas como não comprar os seus ténis? Já a Zara chateou-nos mesmo, levámos a hashtag boicote às bocas de mundo, após uma outra campanha insensível (à falta de melhor palavra) que lembrava as vítimas dos ataques de Israel a Gaza. Ainda assim, é inevitável olharmos para a sua nova coleção. E quando não são campanhas, vamos aos mestres das mesmas. Mandámos calar Alexander Wang, mas desistimos quando percebemos que o designer era apenas mais uma estrela de Hollywood na indústria da moda… por isso, sem assédio que o detenha. Os exemplos não ficam por aqui, mas já são suficientes para refletir sobre o negócio de todos aqueles que erram parecer prosperar após polémicas, será o boicote a nova expressão de desejo?

E se esquecermos o lado feio... vemos o que é bonito? 

Podíamos continuar a discorrer sobre questões sociais, políticas, culturais e até religiosas, que se imiscuem na moda (ou viceVERSA). Da apropriação da arte às acusações de plágios, da vitória de ultra fast fashions num planeta que se sente doente aos mafiosos que se sentem insutados com o nosso estilo, e outros que usam a Fé como uma arma apontada a um mundo pouco tolerante. Mas talvez o outro lado seja também atentar no espetáculo bonito que ainda existe. Às vezes, é mais fácil criticar tudo do que amar aos poucos... por isso tem de restar tempo para aplaudirmos uma Phoebe Philo ou um Galliano quando nos propõe um espetáculo único de Alta-Costura.

A tendência é gostarmos da controVERSA, sim, mas só porque ela nos obriga a desejar a conVERSA mais bonita no Mundo da Moda. 

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