H&M | Fotografia: Tim Boyle, Getty
Controversa

Que comece a sátira: H&M leva Shein a tribunal

É o cúmulo da ironia, mas tem a sua graça. H&M acusa Shein de plágio e todos se atrevem a reportar alguma hipocrisia.

Esqueçam o julgamento de Gwyneth Paltrow, este vai ser bem mais memorável, ainda que aqui o guarda-roupa não agrade a todos e os pontos de vista não deixem tanta margem para dúvidas.

A Hennes & Mauritz denunciou a retalhista Shein por violação de direitos de autor em Hong Kong. É a gigante chinesa contra a gigante sueca num litígio que pretende provar, por meios legais, que a Shein anda a copiar o que não deve. Estamos a falar de rivais muito zangadas por jogarem o mesmo jogo, por isso é obvio que se fala em hipocrisia. Isto é fast fashion contra fast fashion. Mesmo que a H&M tenha carinha de santa, não se porta melhor do que a concorrência. Atenção, dizemos isto sem nada objetivamente contra, é apenas o que parece.

A Diet Prada, perita em trazer algum humor à indústria da moda, claro que já fez o seu trabalho de casa - e muito bem feito. Não é novidade para ninguém que as fast fashion se “inspiram” em criações de grandes Casas de moda, mas, ainda assim, uma imagem vale sempre mais do que mil palavras e aquelas que apresenta [em galeria] não são exceção. 

"Há uma certa ironia no facto de a H&M, outrora acusada de copiar, estar agora a apresentar queixas semelhantes contra uma empresa mais jovem - a versão empresarial da forma como todos nós nos transformamos nos nossos pais", cita a mesma publicação sobre Susan Scafidi, fundadora da página Fashion in Law Institute.

A H&M está a pedir uma indemnização pelos danos deste suposto plágio e o processo está alegadamente em curso desde julho de 2021, ainda que só agora esteja a ser notícia nos mais variados meios internacionais, já que, numa declaração ao The Independent, um porta-voz da H&M confirmou que a empresa tem um "processo em curso por violação de direitos de autor contra a Shein, apresentado em Hong Kong".

"Acreditamos que a Shein, em vários casos, transgrediu os nossos desenhos e, por isso, interpusemos esta ação judicial. Uma vez que se trata de um processo em curso, optámos por não fazer mais comentários", acrescentam.

E o que consta neste processo? Sem muitas certezas do tipo de provas apresentadas, de acordo com a Bloomberg, há fotografias de artigos da H&M, como fatos de banho e peças de roupa, que são comparadas a outros artigos da Shein com design idêntico ou igual. Seja lá isso o que for, já que, como aqui cuidadosamente dissemos, numa indústria que vive de criatividade, será sempre difícil estabelecer o limite entre a copia e a inspiração.

Ainda assim, o que não falta são marcas a obrigar Shein a depor, com processos por violação de propriedade intelectual. E a própria Shein também se rendeu à febre de processos e já se impôs judicialmente contra a retalhista digital Temu, que, por sua vez, não tardou a reagir, argumentando que existia uma intimidação contra os fabricantes com que ambas trabalham.

Resumidamente, a ameaça Shein é muito real, mas ninguém contava que a H&M levasse a julgamento uma sátira.

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