Smartphone | Reprodução filme Ingrid Goes West (2017)
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Estás a ler isto no telemóvel? Podes continuar, até ser proibido…

Em Portugal ainda podes fazer scroll no telemóvel para ler este artigo, mas o mesmo não podem dizer os habitantes desta vila francesa.

Já há algum tempo que o uso excessivo do telemóvel não é algo mais do que a normalidade de todos os dias e de tantos de nós. Acordamos com ele, deitamo-nos com ele, damos-lhe festinhas a toda a hora e não conseguimos parar de olhar para ele à procura de algo novo para nos dizer… viver sem ele, mesmo que por pouco tempo, até pode gerar um estado de ansiedade que no Reino Unido já recebeu o nome todo pomposo de Nomofobia.

Este vício ou obsessão foi longe demais e nada indica que venha a melhorar, até porque se hoje nos cruzássemos com alguém a segurar um Nokia 3310... só poderia haver algo de errado ou muito estranho com essa pessoa, certo? O julgamento era óbio e a socialização era feita de pé atrás.

Um smartphone é uma espécie obrigação social que impele os mais novos de quererem o último modelo para serem os mais fixes na escola e atualizarem o TikTok e exige às avós tirarem cursos com os netos para aprenderem a cuscar a família no Instagram. O smartphone é, indiscutivelmente, uma continuação física de nós mesmos, e não há "detox" ou coisa que o valha.

Mas já descobriram como nos tirarem o smartphone das mãos.

A localidade francesa Seine-Port pensou bem nisto e foi a votos. Segundo o jornal britânico The Guardian, dos menos de 2.000 habitantes, 277 participaram e 54% votaram a favor da proibição.

Falta apenas a publicação do decreto municipal e podemos considerar os telemóveis extintos por toda a região de Seine-Port. E é mesmo em todo o lado, dos jardins aos restaurantes e até no salão de beleza.

 “Toda a gente passa demasiado tempo no ecrã”, disse ao The Guardian Ludivine Printz, uma cliente de um cabeleireiro na zona, enquanto cortava o cabelo, com o telefone escondido na carteira. “Votei a favor da proibição, pois acho que isso nos pode ajudar.”

Mas se os adultos desejam tanto esta desintoxicação, porque não ir mais longe com as crianças?

Nada de ecrãs de manhã, nada de ecrãs nos quartos, nada de ecrãs antes de dormir ou durante as refeições. Se os pais dos adolescentes assinarem um acordo para não darem aos filhos um smartphone antes dos 15 anos, a Câmara Municipal fornece à criança um telemóvel antigo, apenas para chamadas. Lembram-se do Nokia 3310? Vão dar adultos estranhos, mas pelo menos podem jogar à Snake...

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