Calor extremo | Fotografia: Pawel Janiak/ Unsplash
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Com as temperaturas altas, o nosso trabalho vai ser afetado

As mais recentes ondas de calor na Europa traçam um cenário complexo para os próximos anos. E a economia dos países mais afetados poderá ser prejudicada.

A recente vaga de calor no Mediterânico é apenas um exemplo de quão vulnerável a Europa está em relação a estes fenómenos que se têm tornado cada vez mais recorrentes. O jornal Financial Times olha para a mais recente onda de calor que tem assolado vários países no continente europeu para tentar perceber de que forma o calor extremo irá influenciar a economia mundial e os impactos não se estendem apenas à indústria do turismo, alertam especialistas.

Indústrias como a construção, agricultura, transportes e seguradoras terão de mudar a forma como fazem negócio, uma vez que as altas temperaturas passarão a fazer cada vez mais  parte da nossa rotina. Kathy Baughman McLeod, diretora do Adrienne Arsht-Rockefeller Foundation Resilience Center, explica que o calor extremo está a “a puxar para baixo o nosso crescimento e a afundar as nossas economias”. 

Uma das maiores ameaças do calor extremo à economia é mesmo o facto de tornar mais difícil a possibilidade de trabalhar e de contribuir para uma produtividade mais baixa. Laura Kent, membro da Institution of Mechanical Engineers, citada no mesmo artigo, alerta que com temperaturas altas o ser humano “trabalha mais devagar, está sujeito a maior risco e as suas funções cognitivas diminuem”. Estas foram as conclusões apresentadas num relatório sobre como a indústria da engenharia mecânica se terá de adaptar às mudanças climáticas.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, a agência da ONU para os trabalhadores, projeta que, até 2030, o equivalente a mais de 2% do total de horas de trabalho em todo o mundo será perdido todos os anos, seja porque está muito quente para trabalhar ou porque os trabalhadores só conseguem trabalhar a um ritmo mais lento.

Cerca de 200 milhões de pessoas nas cidades em todo o mundo correm risco de calor extremo, um número que deverá crescer oito vezes até 2050, de acordo com Sachin Boite, diretor de resiliência climática da rede C40 que pressiona autarquias a adotarem ações ambientais relevantes para as suas cidades.

No entanto, poucos países têm uma temperatura máxima definida para quando o trabalho deve cessar. Trabalhadores de Indústrias como a construção, a agricultura e o têxtil são os mais vulneráveis ao calor extremo. Algumas empresas estão a começar a implementar medidas para manter os seus trabalhadores num ambiente com temperaturas controladas; outras têm alterado os horários de trabalho para períodos noturnos ou de menos calor. 

Mas o problema irá acentuar-se nos próximos anos, alerta Carolina Cecilio, conselheira política do think tank para combater  as alterações climáticas E3G. “Isto  não vai passar tão rápido. Vai ser mais frequente, vai ser mais intenso, vai ser mais longo também.”

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