Adoto uma abordagem inovadora no mercado de trabalho, baseada na crença de que ambientes alegres e positivos são fundamentais para o sucesso de uma empresa. Acima de tudo, a minha estratégia empresarial assenta nesta perspetiva, tratando a felicidade não apenas como um valor essencial, mas como um elemento crucial para alcançar resultados notáveis, saudáveis e que promovem uma consciência coletiva entre todas as pessoas.
O Relatório Global de Felicidade no Local de Trabalho 2024, realizado pela World Happiness Foundation e Happyforce, enfatiza a importância do bem-estar no ambiente de trabalho, sendo que Portugal ocupa a 56ª posição no ranking global da felicidade em 2024, tendo subido três posições em relação ao ano anterior.
Já fizemos várias viagens em equipa, eventos e convívios, mas, acima de tudo, damos a liberdade de cada pessoa ser autêntica e única. Vai muito além de simplesmente proporcionar momentos de descontração; é uma peça fundamental de uma cultura empresarial que incentiva um ambiente de trabalho estimulante e saudável, dando voz, dando conforto e dando possibilidade de cada pessoa ter margem para ser o que acredita.
De acordo com a World Happiness Foundation, a media de satisfação com a vida em Portugal é de 6,1 numa escala de 0 a 10. Felicidade não é estar sempre a sorrir, mas mesmo não tendo motivos para tal, é haver espaço e abertura para isso. Acredito firmemente que cuidar do bem-estar dos colaboradores fortalece o espírito da equipa e intensifica a dedicação de todos aos objetivos comuns da empresa.
No meu livro A Felicidade é Lucrativa abordo como ambientes de trabalho saudáveis, pessoas felizes e uma liderança humanizada transformam empresas normais em organizações mais produtivas e lucrativas. Este livro não é um ‘guia’ – não me considero um guia de nada – apenas um gestor que, através da valorização das suas pessoas, melhorou a empresa. Também acredito que seja uma ferramenta de mudança social, uma vez que todos os lucros obtidos com as vendas revertem a favor da Fundação Fernando Costa, que irá apoiar jovens no acesso ao ensino superior.
Uma mudança de paradigma de como vemos o mercado de trabalho. Através desta iniciativa, procuramos não só inspirar as empresas a olharem para as suas pessoas, mas também contribuir diretamente para a educação e o futuro dos jovens. A importância da felicidade no local de trabalho é imensa, estendendo-se além da satisfação pessoal e tocando diretamente na capacidade de inovação e criatividade da equipa. De ser melhor, em inovação e com o sentido de despertar o talento nas pessoas.
Em ambientes felizes, onde os colaboradores se sentem valorizados, o medo de arriscar e a resistência à mudança diminuem, fomentando uma cultura de experimentação e liberdade criativa. Pessoas criativas fazem o sucesso. No meu modelo de negócio, a felicidade é mais do que um objetivo; é uma estratégia empresarial essencial e lucrativa, mas acima de tudo genuína. Por meio da promoção de um ambiente de trabalho alegre e satisfatório, não só enriquecemos a vida dos nossos colaboradores, mas também maximizamos o sucesso e a sustentabilidade da organização a longo prazo.
Promover a felicidade no local de trabalho não se trata apenas de criar momentos de alegria ocasional, mas de cultivar um ambiente onde a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional sejam prioridades constantes. Não estamos sempre felizes, mas tenho abertura para dialogar quando as pessoas não sentem isso.
A implementação de políticas que favorecem horários flexíveis, espaços de trabalho confortáveis e atividades que estimulam a interação positiva entre os colaboradores são fundamentais para desenvolver este tipo de ambiente. Quando os trabalhadores se sentem apoiados nas suas necessidades pessoais e profissionais, a sua satisfação e produtividade aumentam exponencialmente.
A importância da liderança humanizada
A liderança humanizada também desempenha um papel crucial para quem está a gerir pessoas. Este estilo de liderança foca-se em reconhecer cada colaborador como uma pessoa única, com as suas expectativas e forma de ver o mundo. Líderes humanizados ouvem ativamente, respondem com empatia e oferecem suporte para o crescimento pessoal e profissional dos seus colaboradores.
Esta abordagem não só melhora o bem-estar, como também fortalece a lealdade e o compromisso para com a empresa. Além disso, a cultura de promoção de pessoas é vital para fomentar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Neste tipo de cultura, o progresso dos colaboradores não se mede apenas pelos resultados que alcançam, mas pelo seu desenvolvimento e bem-estar. Investir em formação e oportunidades de carreira não apenas eleva a sua eficiência, mas também os motiva a investir de volta na empresa, criando um ciclo virtuoso de crescimento e satisfação.
Finalmente, a promoção de um ambiente saudável e uma liderança humanizada conduzem à construção de uma cultura empresarial forte, onde a felicidade e o sucesso são vistos como interdependentes. Empresas que adotam estes princípios tendem a atrair talentos de alto nível, melhoram a sua imagem no mercado e alcançam resultados sustentáveis a longo prazo. Ao colocar as pessoas no centro da estratégia empresarial, demonstram que o sucesso financeiro e a felicidade dos colaboradores podem, de facto, andar de mãos dadas.
A base deste sucesso reside numa estratégia simples, mas poderosa: a crença de que uma pessoa feliz alcança resultados incríveis. Esta filosofia não só moldou a cultura do Grupo Bernardo da Costa, mas provou ser um modelo replicável e eficaz em várias indústrias. Ser feliz, conforme exploro no livro, não significa estar constantemente a sorrir, mas ter margem para ter a sua própria individualidade e abordagem no local de trabalho. Esta visão permite que os colaboradores se sintam valorizados e respeitados, o que, por sua vez, fomenta um ambiente onde a liberdade pessoal e profissional conduz a um maior envolvimento e produtividade.
A estratégia que descrevo em "A Felicidade é Lucrativa" não é meramente teórica, mas uma abordagem testada e comprovada que transformou completamente a nossa forma de fazer negócios. À medida que mais organizações reconhecerem e implementarem práticas semelhantes, espero que a cultura de promoção da felicidade no trabalho se torne uma norma e não uma exceção.
Nunca nos esqueçamos que, quando sincera, a felicidade é mesmo lucrativa.