Não é só na indústria da moda que surgem pequenas modas. Também as há na alimentação, desde comer algas a beber sumo de aloe vera ou ainda a cozinhar batatas fritas e até bolos numa Air Fryer.
Este equipamento é dos mais desejados e usados atualmente e dos que tem gerado maiores críticas, tanto positivas por quem usa e fica fascinado com o facto de fritar sem óleo e por menos tempo poupando na conta da luz e negativas por quem analisa este processo com outros olhos.
Uma dessas análises menos positiva é feita pela engenheira alimentar Susete Estrela, que começa por colocar uma pergunta retórica: tudo o que é legal é seguro?
A questão coloca-se devido à ideia de que se está no mercado, é seguro para o consumidor, no entanto, a especialista defende que deve haver fiscalização e investigação extra e foi isso que fez a engenheira alimentar relativamente à Air Fryer e a outros equipamentos e utensílios de cozinha.
Neste investigação, Susete Estrela descobriu um estudo, realizado pela Agência de Proteção Ambiental da Dinamarca e publicado em 2022, que revela que "50% dos produtos encomendados online em 2020 não estavam em conformidade com a legislação da União Europeia sobre migração de produtos químicos para alimentos". E mais. Outros estudos dizem que "os que estavam legais revelaram-se, mesmo assim, perigosos".
Qual é então a conclusão da análise da engenheira alimentar? Após ler este e outros estudos que associam materiais que usamos na cozinha a doenças, assume e aconselha que se dê prioridade à saúde e não às modas e deixa um conselho.
"Se eu tivesse uma Air Fryer, seria muito prudente no tipo de material que está em contacto direto e indireto com o alimento que vou preparar. Existem muitas opções e preços. E saber identificar os melhores materiais é crucial", diz a engenheira alimentar à VERSA.
No que toca a materiais, é comum, por exemplo, o uso de papel de alumínio para não colocar os alimentos diretamente sobre o tabuleiro da Air Fryer, todavia, pode não ser a melhor ideia. Um estudo publicado na Food Science & Nutrition em 2019, concluiu que alguns alimentos cozinhados durante 40 minutos a 200º sobre alumínio retêm elevadas quantidades deste metal. Quanto maior a temperatura (como as que são atingidas pela Air Fryer), maior o nível transferido e maior o nível de toxicidade.
Quais são então as melhores alternativas para cozinhar na Air Fryer? Papel vegetal (desde que bem forrado), tabuleiros de silicone aptos para altas temperaturas ou uma assadeira de vidro.