Vinho tinto | Fotografia: Pexels
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Vinho tinto e dores de cabeça pós-festas? Descobre porquê

Existe um fenómeno denominado RWH que há vários anos é alvo de estudo a fim de se perceber a relação entre o vinho tinto e as dores de cabeça. Terá sido desvendado o mistério?

Se sofres de dores de cabeça sempre que bebes vinho tinto (mesmo que em quantidades moderadas), fica a saber que há mais pessoas com o mesmo problema e sem perceberem a razão. Até os cientistas a desconhecem.  

Há poucas respostas sobre o fenómeno denominado de Dor de Cabeça do Vinho Tinto, ou RWH ("Red wine headache"), ainda que esta seja uma questão estudada há muitos anos, de acordo com Morris Levin, diretor do Headache Center da Universidade da California, em San Francisco, ao The New York Times. Isto porque “o vinho tinto tem imensos ingredientes que podem causar dor de cabeça e um deles é apenas o próprio álcool”.

Durante muito tempo as dores de cabeça foram atribuídas aos sulfitos presentes no vinho tinto, mas tendo em conta que estão também presentes, e até em maior quantidade, no vinho branco, esta hipótese acabou por ser descartada.  

Mas o que dizem os estudos mais recentes? Um deles levanta suspeitas sobre um antioxidante na pele da uva (quercetina-3-glucoronídeo, que pertence à classe dos flavonoides), que por si só não é problemático, a não ser quando é misturado com álcool. Nesse caso, pode afetar a forma como o corpo processa o vinho, levando a que um subproduto tóxico (o acetaldeído tóxico) se acumule e possa então ser responsável pelas dores de cabeça.  

O vinho tinto acaba por ser dos mais afamados nesta questão, uma vez que "contém níveis muito mais elevados de quercetina e glicosídeos do que o vinho branco ou outras bebidas alcoólicas", concluem os investigadores. Apesar de carecer de mais testes em humanos, esta última hipótese parece ser a que melhor explica as dores de cabeça.

Bem sabemos que o melhor remédio é evitar beber vinho tinto, contudo, em altura de festas acaba por ser comum e em doses maiores do que no dia a dia. O que fazer então perante as consequências? 

“Se as pessoas estão mais vulneráveis, diria para talvez estarem mais atentas à quantidade de água que consomem, tentarem dormir bem e fazer três refeições diárias”, aconselha Anna Pace, professora assistente de neurologia, no Verywell Health.  

O segredo é hidratar bem entre cada copo de vinho tinto ou antes e depois de um só copo, que é a medida ideal, segundo a nutricionista Federica Amati à Vogue.  

“Um copo de vinho tinto à refeição e no contexto de uma alimentação e estilo de vida saudáveis não terá o mesmo efeito negativo que uma garrafa de vinho bebida com o estômago vazio no contexto de um estilo de vida menos saudável”, refere. “Para uma boa saúde, os dados populacionais sugerem que beber um copo pequeno durante uma refeição pode ser benéfico.”

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