Basta fazer uma rápida ronda por publicações internacionais para perceber que a Rainha Letizia é uma fã incondicional de chá verde, bebida que inclui na sua dieta Perricone, também conhecida como dieta anti-idade.
Nesta dieta o café é proibido, por isso o chá verde, que contém cafeína, é o substituto ideal a que Letizia recorre, não só para manter a energia, como para melhorar outros aspetos de saúde.
Contudo, é mais pelo auxílio em matéria de perda de peso que o chá verde ganhou fama e a Versa quis saber se assim o é e também qual o limite de consumo. Para isso, falámos com a nutricionista Isabel Pedroso Silva que tira todas as dúvidas sobre a bebida que Letizia não dispensa no seu dia a dia.
Mito ou verdade?
Entre todas as verdades que podemos revelar sobre o chá verde, aquela que mais intriga quem o consome ou pretende fazê-lo é: será que o chá verde emagrece mesmo?
“O chá verde tem a capacidade de influenciar positivamente o metabolismo. E esta capacidade é aumentada se a pessoa fizer treinos aeróbicos ou de resistência”, começa por dizer a nutricionista. “Existe alguma evidência que mostra que beber quatro ou mais chávenas de chá verde diariamente pode estar associada a uma menor taxa de obesidade abdominal. Mas não tem nenhum impacto nas hormonas da fome e da saciedade que ajudam a regular o apetite, ao contrário do que se pensa”, continua.
Isto significa que sim, o chá verde acelera o metabolismo, mas segundo o National Institutes of Health (NIH) “o efeito geral na perda de peso provavelmente será pequeno”, remata Isabel Pedroso Silva.
O chá verde não deve assim ser tomado como estratégia de emagrecimento, muito menos às refeições. Não só porque pode provocar dores de cabeça, problemas de estômago e afetar o sono, como pelo impacto na absorção dos alimentos.
“Nunca aconselho tomar este tipo de chá com as refeições, porque o elemento ativo da cafeína reduz a absorção de ferro, sendo que geralmente o almoço e o jantar são riquíssimos em ferro. E as mulheres têm especialmente tendência a ter défice de ferro”, diz a nutricionista.
Que outros benefícios tem o chá verde
O chá verde é conhecido por ser rico em compostos antioxidantes e o maior deles é um polifenol denominado catequina, que tem múltiplos benefícios.
“Ajuda a prevenir danos celulares e tem outros benefícios para a saúde. E existem vários estudos que mostram que beber chá verde e aplicá-lo topicamente pode trazer benefícios para a pele. O principal composto polifenólico do chá verde é a EGCG, com propriedades antinflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas e existe uma melhoria no tratamento da acne e da pele oleosa”, revela Isabel.
Há também evidências científicas, segundo a nutricionista, que mostram que o chá verde melhora a função cerebral, tendo influência sobre a cognição e o humor devido à L-teanina e à cafeína, e há ainda estudos que relacionam o chá verde com uma probabilidade reduzida de desenvolver alguns tipos de cancro, como o do pulmão e ovário, assim como a doença de Alzheimer.
Quando e quanto chá verde podemos tomar
Uma vez vistos os benefícios, é tempo de perceber qual a melhor altura para tomar chá verde. De manhã? À tarde? Depende.
“Não existe melhor ou pior momento, tudo se resume à preferência pessoal. Mas se a pessoa é sensível à cafeína, aconselho a beber no início do dia para evitar interrupções do sono. As rotinas de sono são muitos importantes, quer seja na perda ou aumento de peso, na saúde intestinal e até na questão da pele”, refere Isabel Pedroso Silva.
Quanto à quantidade, os estudos variam, mas pode-se tomar uma média de três a cinco chávenas por dia, segundo a nutricionista.