Óleo de coco | Fotografia: Unsplash
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Este é o lado negro do óleo de coco que desconheces

Um novo estudo alerta para alguns dos riscos associados ao consumo a longo prazo desta gordura.

Diz-se do óleo de coco que o seu consumo diminui o colesterol, combate infeções provocadas por óleos ou que ajuda no emagrecimento, mas será mesmo assim? Um novo estudo desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas, no Brasil, publicado no Journal of Functional Foods, contraria alguns dos benefícios elencados, alertando para riscos de saúde associados ao seu consumo a longo prazo.

Analisando os efeitos do consumo de um suplemento de óleo de coco em ratos, constataram-se várias alterações nos seus hábitos alimentares, peso, níveis de ansiedade, inflamação no sistema nervoso central, no tecido adiposo ou no fígado. Os investigadores aferiram também que a capacidade das hormonas metabólicas como leptina e a insulina, que ativam mecanismos celulares responsáveis pela saciedade e pelo controlo dos níveis de açúcar no sangue, estava diminuída e que os mecanismos bioquímicos envolvidos na síntese de gorduras estavam estimulados.

“Os dados sugerem que, embora o processo seja lento e silencioso, a suplementação com óleo de coco por longos períodos pode levar a alterações metabólicas significativas que contribuem para o desenvolvimento da obesidade e das comorbidades associadas", diz Marcio Alberto Torsoni, investigador do Laboratório de Distúrbios Metabólicos (LabDiMe) da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-UNICAMP), no estado de São Paulo, Brasil.

O consumo excessivo de gordura animal está ainda associado a um risco acrescido de doenças cardiovasculares, bem como de obesidade e diabetes. Um dos componentes desta dieta é o colesterol, mas este tipo de gordura também contém ácidos gordos saturados, que podem ativar processos inflamatórios através do recetor 4 do tipo toll (TLR-4) e conduzir a doenças.

Os ácidos gordos saturados também podem ser obtidos de outras fontes, como as plantas. Representam 90% dos lípidos do óleo de coco, por exemplo. Embora os ácidos gordos de cadeia curta constituam uma grande proporção, e estes sejam benéficos porque reduzem a inflamação, os ácidos gordos saturados presentes no óleo de coco são suficientes para ativar as vias inflamatórias e causar danos em diferentes tipos de células.
 

O consumo de óleo de coco como parte da dieta habitual ou como suplemento alimentar tem aumentado consideravelmente na população, acrescenta Torsoni. Um dos problemas relacionados com o óleo de coco é que, na maioria dos casos, esta gordaura é consumida sem a orientação de um nutricionista, que possa ajustar a dose diária de acordo com as necessidades da pessoa em questão.

Assim sendo, o óleo de coco deve ser usado em pequenas porções, como forma de tempero ou como ingrediente de um molho, de preferência acompanhando vegetais frescos ou pouco processados, aconselha ainda Torsini. 

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