Oven | Fotografia: D.R.
Gourmet

Oven: a Índia e o Nepal juntos, numa mesa requintada

Neste restaurante em Lisboa, o forno tandoor é o protagonista. Descobrimos a Índia e o Nepal à mesa e convidamos-te para a viagem.

Em Lisboa, ora damos por nós a visitar um restaurante de comida portuguesa, o mais recente italiano da cidade ou a conhecer um espaço em que encontramos a Índia e o Nepal na mesma mesa. Para tal, basta ir ao Oven, o restaurante que abriu no verão passado, na Rua dos Fanqueiros, na Baixa, e que quer assumir-se como um projeto de cozinha de autor que revisita as origens das duas gastronomias asiáticas.

Hari Chapagain é o chef à frente deste restaurante em que um forno tandoor com 300 quilos, feito à mão, é o protagonista da cozinha. O cruzamento entre a gastronomia nepalesa e indiana fica evidente, somando-se a atenção aos detalhes, presente na decoração do espaço e até mesmo nos pratos dourados, com texturas e formas inesperadas, onde a comida é servida.

A refeição arrancou com um dos cocktails de sucesso da casa, o Lumbini, feito à base de gin, sake, limão, toranja e xarope argeat (€12). Seguiu-se um simples copo de vinho branco Conde Vimioso Sommelier Edition, da região do Tejo, que contrastou com os pratos condimentados que se seguiriam. Mas já lá iremos.

  

 

Das gambas ao pão naan, a mais de 300°C 

Na sala, o forno avista-se de quase todos os lugares e é de lá que vemos sair o Garlic Chilly King Prawn, um camarão tigre marinado com ervas (€9.95), que ainda traz visíveis as marcas do carvão que o cozinhou até ao ponto certo.

O tandoor, um forno tradicional construído à mão por artesãos nepaleses, atinge altas temperaturas (entre 300 e 400°C),conservando o calor devido ao seu revestimento em barro. Como resultado, as matérias primas são rapidamente cozinhadas, conferindo-lhes um sabor característico. 

Desviando o olhar por instantes do tandoor, os Mo:Mo,  uns dumplings tradicionais, recheados com frango laminado e especiarias (€7.95), chegam-nos à mesa, sendo uma boa opção como entrada.

O pão naan, ainda quente depois de sair do tandoor, é recheado com uma mistura de queijos e pulvorizado com raspas de alho (€5.95).

Já nos pratos principais, o Palak Paneer, com queijo fresco caseiro cozinhado com um molho espesso de espinafres moídos e especiarias (€11.95) — foi a combinação ideal para mergulhar o naan.

Sendo o forno a estrela, um dos pratos especiais do chef  é o Lamb Shank Biryani, um best-seller dizem-nos, composto por pernil de borrego temperado com especiarias, cozinhado a baixas temperaturas durante horas e com um toque de natas (€18.95).  

Sobremesa ou um toque de alta pastelaria

Que o Oven é um mergulho na gastronomia da Índia e do Nepal, não há dúvidas. Mas no momento de provar as sobremesas ficámos surpreendidos pelo nível de cuidado e técnica empregados.

A pastelaria francesa é conhecida pelos seus glacê, texturas, e demais pormenores, mas as sobremesas do Oven não ficam nada atrás. Apesar do aspeto glamoroso das sobremesas de estilo francês, estas resultam de uma mistura entre influências orientais e ocidentais. 

Por isso, por mais que custe desfazer uma sobremesa que mais parece uma peça de arte, vale a pena provar o Blood Moon, um bolo húmido de chai Masala, recheado com mousse de lichias, essência de framboesa, e uma cobertura de glacé vermelho (€9.95). Ou o Golden Stone (€12.95). Ou o Devil's Chocolate (€10.95).

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