O número 108 da Carrer Muntaner, no bairro de Eixample, em Barcelona, é a morada do Sips, o melhor bar de cocktails do mundo, segundo a lista The World’s 50 Best Bars revelada em setembro. Desde então, o interesse em torno do bar criado por Marc Álvarez e Simone Carporale cresceu e a Condé Nast Traveler visitou o local no início de novembro para descobrir o que faz dele o melhor bar do mundo.
O espaço tem capacidade para 33 pessoas e não aceita reservas. A carta de bebidas usa produtos locais e o espaço é imponente, descreve a Condé Nast Traveler. Mas não se trata apenas disso. “É como um piano de cauda numa orquestra, é uma peça elegante com grande importância visual. Aqui, o bar de cocktails tem um objetivo elevado, mas as bebidas têm um preço razoável e os favoritos familiares são servidos juntamente com criações inovadoras. O nosso objetivo não é destilar luxo ou extravagância”, explicam os donos citados no artigo da Condé Nast Traveler.
Simone Carporale acredita que é importante afastar a ideia de que o bartender é que importa. "De repente, o que importa é que o barman seja famoso, mas a verdadeira essência perdeu-se: o serviço, a simplicidade de um bom produto”, afirma. "Isto é verdade não só no bar de cocktails clássico ou de assinatura, mas também em locais onde se servem excelentes vinhos ou cerveja bem tirada”, reforça.
No Sips outra preocupação é eliminar a distância entre o bartender e o cliente, explica o artigo assinado por Paula Móvil. “Não se convida alguém para entrar em casa para um aperitivo antes do jantar e depois fica-se do outro lado do bar. Em vez disso, sentam-se juntos na sala de estar ou na cozinha. É isso que queremos replicar aqui. Queremos eliminar a barreira social entre a pessoa que serve os cocktails e a pessoa que os bebe”, detalha Simone Carporale à jornalista espanhola.
No menu, relata, encontram-se algumas sugestões “excêntricas”, como o cocktail Blanc, uma "tradição gastronómica em forma líquida", nas palavras dos seus criadores, à base de brandy Fundador, pinhões, passas e espinafres liofilizados. Ou o Compressed, "um pôr do sol de Jeréz" pode ler-se no artigo, com Macallan 12, palo cortado (um xerez raro) e pêssego. Há também uma seleção Classips, em que cocktails clássicos são retrabalhados.
Mas existem pormenores como o facto de a cerveja japonesa Asahi ser servida com recurso a um robot que calibra a percentagem de espuma e líquido em cada copo ou a equipa pretender refletir sobre questões como quando foi a primeira vez que o homem usou um copo para beber, que elevam a experiência de quem visita o Sips.
O artigo termina fazendo menção a um negroni que é servido com um tipo de gelo que não é gelo que não derrete. “O que fazemos é aplicar novas formas de fazer cocktails para aqueles que os querem explorar e aprender mais sobre eles. Para aqueles que apenas querem beber um bom cocktail, os detalhes podem passar despercebidos ou tornarem-se simplesmente os pontos diferenciadores que tornam uma bebida perfeita. Não queremos confundir ninguém, apenas queremos fazer bebidas de qualidade.”