Mainova | Fotografia: D.R.
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Aprovaria a avó Emília o novo vinho Mainova? A neta diz que sim

Emília morreu aos 100 anos, mas com este novo vinho alentejano da Mainova revivem-se as memórias e o legado que deixou a grande apreciadora de vinhos tintos da família.

Bárbara Monteiro lembra-se como se fosse hoje quando a avó Emília a levava a ela e às irmãs na parte de trás do trator pelos campos do Alentejo ou de quando em pequenina pegava nos paus e ia com a matriarca da família apanhar azeitonas.

São muitas as memórias do campo e do gosto pela atividade agrícola que a avó tinha que a fundadora da marca de vinhos Mainova ainda guarda e que estão mais vivas agora que decidiu lançar um novo e especial vinho dedicado à sua avó, o Matremilia.  

“A minha avó era Emília, daí que o vinho se chame Matremilia. Vem de matre, mãe em latim, e Emília do seu nome. E é uma homenagem a todas as mulheres da família e à minha avó, que foi de facto uma mulher muito resiliente, lutadora. Trabalhou no campo e depois em casa também fazia o seu crochet, portanto, havia sempre a ligação destes dois mundos”, conta Bárbara à Versa.  

Matremilia é o primeiro vinho Mainova a ser lançado em 2023, tratando-se de um Grande Reserva 2020 que só poderia ser um tinto, tendo em conta os gostos da avó Emília.

"Viveu connosco até aos 100 anos e todos os dias à hora do almoço bebia o seu copinho de vinho tinto. Era o seu segredo [referindo-se à longevidade]”, brinca a ‘mainova’ de três irmãs.

 

A avó Emília foi apurando o seu gosto ao longo de um século de vida, dado que sempre teve o poder de decidir quais era os bons e os maus vinhos tintos feitos na época.  

“O meu avô comercializava vinho – comprava, engarrafava e vendia – e a minha avó ia com ele às compras e era ela que provava e fazia o sinal se o vinho era ou não para ele adquirir. Era uma mulher decisora de uma forma silenciosa”, continua a fundadora.  

E será que a avó Emília aprovaria este novo vinho? Bárbara acredita que sim, uma vez que tem tudo aquilo de que gostava. “Aprovaria, sem dúvida. É vinho tinto, que era só o que ela bebia, tem estágio em barrica, que ela gostava nos vinhos, e tem alguma estrutura. Todo ele é bastante complexo, que é também algo que a representa”.  

Isto para além de estar representada no rótulo, no qual estão desenhadas as mãos da avó agarrada ao trator, que não largou mesmo depois de deixar de renovar a carta aos 90 anos; o colar com três medalhas que lhe foi oferecido pelo marido; e o lenço que usava sempre à cabeça, não fosse ela uma mulher do campo.  

Tudo isto foi transportado para o novo vinho alentejano, que além de história exigiu muita técnica.  

Um monocasta com uma pluralidade de cuidados  

Matremilia nasceu de um desafio: como fazer um grande vinho depois de a Mainova ter já lançado 14 referências num espaço de apenas três anos? 

“O desafio aqui é fazer finesse. É ter mais sem a sensação de que é demais. É potência com contenção. Calor com frescura”. Não foi fácil, mas tudo o que descreve António Maçanita, enólogo e consultor da Mainova, acabou por se conseguir levar para o novo vinho da marca.

Para tal, contribuiu o processo de vindima manual e noturna, a seleção em mesa de escolha, o enchimento em cuba por gravidade, a fermentação espontânea, o estágio em barricas de carvalho francês e, claro, a mestria dos enólogos António Maçanita e Sandra Sarria para gerir este monocasta Alicante Bouschet.

O resultado é um vinho vegan de cor rubi violeta concentrado, com aroma a frutos vermelhos maduros e final de boca longo e persistente.  

E agora que a Mainova ariscou ao fazer este complexo Matremilia, é a nossa vez de arriscar a prova de uma das 1365 garrafas lançadas no mercado e harmonizá-la devidamente.  

No que toca às sugestões mais comuns, Bárbara propõe algo mais complexo, como uma carne ou um peixe com mais gordura, já se formos às memórias da neta 'mainova', há um prato intenso que só a avó Emília sabia fazer. 

“Quando sobravam sardinhas, a minha avó fazia uma tomatada, juntava ovos escalfados e essas sardinhas. Confesso que a mim me fazia imensa confusão, mas ela adorava esse prato. Lembro-me de provar e era bastante intenso”, recorda a fundadora da marca.  

O vinho Matremilia foi apresentado a 16 de novembro num espaço simbólico, A Avó veio trabalhar, e a garrafa mais pequena (0,75 cl) que custa €95 já está à venda no site da marca. Em breve estará também disponível a de 1,5 litros (€205).

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