Quando entramos na Adega Ode Winery, em Vila Chã de Ourique, no Cartaxo, a cerca de uma hora de Lisboa, não adivinhamos o que vamos encontrar. A existência de restaurantes que complementam a oferta de um projeto vitivinícola não é propriamente algo inédito, mas neste caso somos surpreendidos pelo Cellar Door, uma taberna japonesa no meio do Ribatejo.
Inspirado no estilo izakaya, uma espécie de bar japonês em que se serve comida para acompanhar as bebidas, o Cellar Door abriu portas em abril de 2023, mas desde então tem conquistado os locais pouco habituados a este tipo de restaurantes. Neste caso, o conceito do restaurante adapta-se que nem uma luva: este é o sítio ideal para provar os vinhos Ode, de Andrew Homan e de David Clarkin. Mas já lá iremos.
A cozinha desta taberna está entregue a Kazuya Yokoyama, chef japonês com passagens por restaurantes no Japão e no Vietname, que incorpora produtos nacionais numa carta versátil com pratos de conforto, como o urinchi, um frango frito à moda japonesa com molho de tomate picante (€12), ou o bao kakuni, um bao cozido ao vapor com barriga de porco cozida e coentros (€6). Todas as sugestões da carta chegam à mesa em porções substanciais, como o prawn tempura (€16), umas gambas nabashi fritas em massa japonesa, sendo, portanto, recomendado partilhar.
Voltando aos vinhos, que foi o pretexto deste almoço, a Ode Winery tem como filosofia “mínima intervenção e máxima atenção”. Os vinhos produzidos nesta adega centenária que foi totalmente remodelada no início dos anos 2000, privilegiam o método de vinificação de talha, produzindo vinhos provenientes de uma variedade de uvas como o Fernão Pires, casta tradicional da região, Arinto, Alvarinho e Touriga Nacional, mas também uvas como o Semillon, Viognier e Pinot Gris. O objetivo primordial é provar que é possível fazer vinhos com pouca intervenção do ser humano, mas de qualidade, com corpo e potencial de longevidade.
No Cellar Door, o menu contém a informação de qual o vinho que se adequa melhor ao prato escolhido. De momento, é possível provar o ODE Semmilom de 2022 (€6 o copo ou €27 a garrafa, o Viognier (€4,5 e €22), o Fernão Pires (€4,5 e €22), Arinto (€6 e €27) e o Touriga Nacional (€5 e €24), todos da colheita de 2022 e produzidos pela enóloga Maria Vicente.
Lá para 2026, a Ode Farm & Living será a concretização de um projeto de alojamento rural de luxo, que complementará a oferta da marca.